quarta-feira, 23 de julho de 2014

4. T.P.H

 Acordei aquela manha com a sensação de dever cumprido. Assim que cheguei à cozinha, Nick estava deitado no sofá com uma caneca de café em cima da mesinha de centro.
- Parece que se divertiu até demais ontem, hein – disse encarando-o, Nick abriu um olho e gemeu.
- Fale baixo, por favor – ele pediu, sorri e fui até a cozinha.
- Você não esta atrasada pra escola? – o ouvi perguntar, olhei por cima do ombro e lá estava ele sentando-se a mesa.
- Acordei cedo – disse colocando um pouco de café na xícara – Tenho alguns minutos.
- E como foi à festa? – ele perguntou, engoli o seco e virei-me encarando a janela.
- Legal – respondi, com certeza a ressaca dele era tão grande que não prestou atenção no corte em meu lábio.
- Parece que foi sim, afinal você e Demi estavam... – ele não completou porque minha atenção era na tv.
 “...Matthew Sullivan, mais conhecido como Matt, foi encontrado morto pela empregada em sua casa, segundo a policia, ele foi encontrado com marcas enforcamento e um corte do lado esquerdo da cabeça...”
- Você não foi a festa desse...? – Nick começou, porém logo eu o interrompi.
- Você acha que eu... – respirei fundo – Não, eu não...
- Ei calma – Nick disse – Eu não estou dizendo nada, okay? Só fiz uma pergunta.
- Certo – disse e virei-me, bebi um pouco de café e vi que Nick me encarava.
- Você quer me dizer alguma coisa?
- Você acha que eu o matei? Ai meu Deus, Nick! – disse jogando as mãos para cima.
- Eu não estou dizendo que você o matou, (SeuNome) – Nick disse já irritado – Só quero que você me con...
- Nós brigamos – disse e vi Nick ficar tenso – Ele me chamou de assassina, ai eu o empurrei, depois ele me deu um soco, dois, na verdade e pronto, eu fui embora, eu juro, Nick, eu não o matei.
- Eu acredito em você – Nick disse depois de alguns minutos me encarando – Mas você sabe que isso...
- Eu sei, mas eu não o matei – respondi, ele assentiu e pegou em meu rosto.
- Vou deixar você na escola – ele respondeu, levantando-se e dando um beijo em minha testa – Vou pegar meu casaco.
***
  ‘ASSISSANA!’ Em grandes letras vermelhas, esse era o nome escrito na porta do meu armário, olhei em volta e todos me encaravam, respirei fundo e o abri o armário, peguei os livros de Geografia e os coloquei na bolsa. Aquilo sim era um inferno, eles só me encaravam, sem dizer uma palavra, com certeza pensando que eu matei o amigo deles. Respirei fundo, segui em direção a sala, porém parei assim que a vi. Ela abraçava a garota Rose, nossos olhares se encontraram, no mesmo estante que os de Rose.
- Você! – ela falou assim que me viu, andando em minha direção, sua expressão era de dor e ao mesmo tempo de raiva – Você o matou! Você matou o Matt!
- Eu... – comecei a falar, mas nenhuma palavra saia de minha boca, vi as mãos de Demi pegar em seus braços.
- Rose, não – Demi sussurrou, ela soltou-se dos braços de Demi e a encarou.
- Ta defendendo sua amiga de infância, Demi? Conte para todos que você era amiga dela e estava lá no dia que... – Rose foi interrompida pela mão de Demi em seu rosto.
- Cala a boca – e assim saiu, deixando Rose com a mão no rosto, respirei fundo e segui em direção a sala de aula.
- Hey! – ouvi, porém continuei andando – (SeuNome), espera!
- O que é? – virei-me rapidamente fazendo-a parar bruscamente.
- Você esta bem? – ela perguntou.
- Não, Lauren – respondi e comecei a andar novamente, ouvi seus passos e senti sua mão tocar meu ombro. – O que você quer, Lauren? Me deixa ir pra aula, antes que eles venham aqui e me levem algemada.
 Nem mesmo pedi licença quando entrei na sala, apenas entrei e sentei na ultima cadeira, o professor não falou nada, afinal ele estava tão concentrado em ler o livro no qual ninguém prestava atenção, peguei o caderno na bolsa e vi um bilhete cair do mesmo, olhei para lado conferindo se ninguém tinha visto, inclinei-me e o peguei do chão, logo o abrindo.
 “Estou orgulhoso. – T.P.H.”
***
- Senhorita Harris? – ouvi enquanto colocava os livros no armário, virei-me e o vi encarando-me.
- Sim? – perguntei, era um policial, ele deu alguns passos e estendeu a mão em minha direção, logo o cumprimentei.
- Sou o Policial Adams e estou investigando a morte de Matthew Sullivan – ele disse – Você pode me acompanhar até a delegacia?
- Eu estou tendo aula agora e...
- Falei com o Diretor e ele a liberou – ele respondeu interrompendo-me, engoli o seco e assenti.
- Sendo assim – disse forçando um sorriso, ele assentiu e andou em direção a saída.
***
- Eu sei que parece confuso, mas vou apenas fazer algumas perguntas e quero que me responda a verdade – ele disse sentando-se na cadeira a minha frente.
- Já passei por isso – respondi, ele encarou-me por um tempo e juntou as mãos em cima da de mesa.
- Soube que a senhorita estava presente na festa de Matthew Sullivan na noite que ele foi morto, isso é verdade?
- Sim – respondi.
- E nessa mesma festa, a senhorita e Matthew Sullivan tiveram uma desavença?
- Sim, nos brigamos – respondi calmamente.
- Por quê?
- Ele chamou-me de assassina e eu o empurrei, ele levantou-se e me deu dois socos, mas antes que ele me desse o ultimo golpe, separam a briga.
- E o que fez depois da briga?
- Eu voltei para casa e dormi – respondi e o vi franzi o cenho.
- Você não voltou para casa de Matthew Sullivan naquela noite?
- Não – respondi, depois de longos minutos, ele ajeitou-se na cadeira e assentiu.
- Certo, a senhorita já pode ir – ele disse, levantei-me e o cumprimentei mais um aperto de mão e segui em direção a saída.
***
- O que você disse a ele? – Nick perguntou assim que entrei em casa.
- A verdade – respondi.
- E que verdade?
- A verdade, Nick, meu Deus – disse irritada – Será que você pode acreditar em mim?
- Eu acredito, okay? Só que sabemos que você não disse a verdade – ele respondeu – Ou disse?
- Ele não perguntou com quem eu estava, okay? Se tivesse perguntado eu diria, com a Demetria, mas ele não perguntou.
- Quando o motivo de você esta tão mal humorada? – ele disse, porém eu já estava indo em direção ao meu quarto. Fechei a porta e sentei-me na cama, enfiei a mão no bolso da calça e pequei o bilhete. O que ele queria dizer com ‘estou orgulhoso’? E quem diabos era T.P.H?
- (SeuNome)? – ouvi a voz de Nick.
- O que é?
- Você tem visita – ele respondeu, levantei-me e fui até a porta, abrindo-a. – Lá embaixo.
- Quem é? – perguntei olhando-o, Nick encolheu os ombros.
- Vai logo, garota – ele disse e assim fiz. Não havia ninguém na sala, porém a porta estava aberta.
- Demi? – perguntei assim que a vi de costas com os braços cruzados, logo que ouviu meu nome, ela virou-se.
- Oi – respondeu meio nervosa.
- Hey – disse sorrindo – Quer entrar?
- Ah não – ela respondeu rapidamente – Podemos conversar?
- Ah claro, claro – respondi, ficamos nos encarando, até ela finalmente começar a andar em direção ao balanço e logo a segui.
- Como foi lá na delegacia? – ela perguntou sentando-se em balanço.
- Normal, eles só me fizeram perguntas – respondi, ela assentiu e mordeu o lábio.
- Que tipo de pergunta eles fizeram? – ela perguntou encarando o chão, sentei-me no outro balanço e a encarei.
- Você quer saber se eu disse que fiquei com você depois da festa – disse e ela encarou-me – Pode ficar tranqüila, eu não disse nada disso.
- Desculpa, eu não... – ela começou, porém eu a interrompi.
- Tudo bem, Demi – respondi – Alias, aquele seu tapa foi incrível.
- Obrigada – ela respondeu timidamente - Rose merecia aquele tapa á muito tempo.
- Pensei que vocês fossem amigas – disse, Demi balançou a cabeça e deu um sorriso amarelo.
- Já fomos um dia – respondeu – Rose mudou, eu mudei, as pessoas mudam. 
- Eu sinto muito – disse e ela encarou-me.
- Tudo bem – ela respondeu e ficamos nos olhando, vi um sorriso tímido nascer em seus lábios – Também é bom ver você, (SeuNome).

domingo, 20 de julho de 2014

3. Matt's Party.

- É só uma festa, Nicholas! – gritei seguindo-o até a cozinha.
- Legal, mas você não vai – ele disse colocando os pratos na pia.
- Porque não? – perguntei começando a ficar irritada.
- Porque não, (SeuNome) – ele disse virando-se para encarar-me – Porque diabos esse garoto foi te convidar para uma festa? Com certeza, eles tão aprontando algo.
- E se aprontarem? Eu não estou nem ai! – disse alto.
- Mas eu estou – ele respondeu calmo, odiava isso em Nick, sempre que discutíamos ele mantinha a classe. – Eu me preocupo com você, (SeuNome).
- Mas é só uma festa – disse – Eu juro me comportar, se eles provocarem ou fizerem alguma brincadeirinha eu volto para casa.
- Eu conheço você há 17 anos, você acha que eu caio nessa conversa? – ele perguntou cruzando os braços e arqueando as sobrancelhas.
- Por favor, Nick – pedi – Eu fiz o que você pediu, não falei com ela, não me meti em confusão, é só uma festa, por favor.
- Se eu deixar você promete não se meter em confusão e...
- E não falar com ela, tudo bem, Nick – disse, ele suspirou e assentiu – Isso! Por isso que você é meu favorito!
- Se babação ou não deixo mais. – ele disse, sorri e corri para o quarto.
***
 A casa do tal Matt não era tão longe assim, decidi ir andando, já que Nick não me deixaria até lá. Antes mesmo de chegar na rua da casa, pude ouvir o som alto tocando. Haviam vários carros estacionados em frente a sua casa, vi algumas pessoas bebendo, beijando-se ao lado de fora, botei a mão na maçaneta da porta e a girei. 
 Foi como se eu tivesse, antes de adentrar a casa, anunciar que estava entrando, não foi como hoje mais cedo no corredor da escola, eles só ficaram encarando-me, sem cochicho, apenas me encarando.
- Hey! – ouvi e olhei para o lado, era Lauren quem me chamava. Suspirei aliviada só de vê-la, pelo menos não estaria sozinha. – Oi (SeuNome).
- Lauren – disse sorrindo para ela.
- Então você decidiu vim?
- Só uma passadinha – respondi, ela assentiu então começou a falar algo, porém eu não prestava atenção. Ao lado da mesma garota ruiva, do outro lado da sala, na cozinha, Demetria estava maravilhosa, usava um vestido preto brilhoso de alças, mesmo com o básico ela estava estonteante, ela ria de algo até que finalmente seu olhar encontrou o meu. Diferente do olhar de hoje mais cedo, ela não parecia a Demetria de 11 anos que correu aterrorizada por ver sua melhor amiga morta, ela parecia a Demetria que Nick tinha me falado.
- Vou pegar mais bebida, você quer? – Lauren perguntou, fazendo com que eu desviasse o olhar e a encarasse.
- Ah? – disse e notei que ela me encarava com um olhar estranho.
- Vou pegar mais bebida – ela disse. – Quer ir comigo?
- Claro – respondi e seguimos em direção a cozinha, ou melhor, a ela.
 Demetria estava apoiada na pia, falando com a garota ruiva.
- Qual é a sua com a Demetria? – ouvi Lauren sussurrar, enchendo um copo com cerveja.
- Nada – respondi e ela me olhou incrédula – É serio.
- Quando você perguntou por ela hoje na escola eu não falei nada, mas agora, eu a vi encarando você – ela sussurrou.
- Ela é minha vizinha, só isso – respondi e Lauren assentiu, porém não pareceu engolir a historia.
***
 Estava sentada no sofá, não fazia nem dez minutos que eu tinha chegado, realmente aquela festa não estava tão boa assim, pelo menos para mim. Lauren havia ido buscar mais bebida, então eu estava sozinha. Esvaziei o copo e o coloquei em cima da mesa ao lado do sofá, virei-me e lá estava Demetria encarando-me. Ela estava na escada, com duas garotas ao seu lado, uma falava algo em seu ouvido, mas ela não prestava atenção. Porque ela estava encarando-me? Ela me ignorou na escola hoje e agora fica encarando-me?
- Aqui – fui acordada de meus pensamentos por Lauren, ela entregou-me outro copo e sentou-se ao meu lado. – Então, você vai me dizer o que rola entre você e a Demetria ou...?
- Não rola nada, eu nem a conheço – disse encarando-a.
- Qual é, eu vi vocês duas se encarando agora pouco – ela disse tomando um pouco de sua bebida – Olha eu não sou a Ally, okay? Pode me contar.
- Eu e ela... – comecei – Ta, nos éramos amiga.
- O que? – ela perguntou com as sobrancelhas arqueadas.
- Quando criança, ela era minha vizinha e nos éramos amigas – disse – Ela estava na minha casa quando tudo aconteceu.
- Nossa – Lauren disse levemente surpresa – Por isso que ela fica te encarando?
- Não sei – disse dando de ombros – Talvez sim, não sei.
- Porque vocês não se falam? Quer dizer, vocês eram amigas.
- Éramos amigas – disse tomando um gole da minha cerveja – Não somos mais.
 Lauren assentiu e ficamos em silencio, olhei para onde Demetria se encontrava, porém ela não estava mais lá, olhei para o lado e vi.
- O que é aquilo? – perguntei para Lauren, ela olhou-me confusa e eu apontei para cozinha.
- Ah, é Matt e Rose se resolvendo – ela disse calmamente, o garoto que havia anunciado a festa gritava com a garota ruiva que falava algo no ouvido de Demetria a alguns minutos antes. Ele estava alterando, enquanto a garota se encolhia encostada na geladeira, então ele levantou a mão e lhe deu uma tapa no rosto.
- Lauren, ele ta batendo nela – disse cutucando-a no ombro.
- Não há uma só festa que ele não faça isso – ela respondeu e assim que fechou a boca, Matt lhe deu outro tapa. Levantei-me rapidamente, será que ninguém se importava com a garota que estava apanhando?
- Nem pensei em ir lá, (SeuNome) – ouvi Lauren falar pegando em meu braço, o puxei levemente e segui até lá. Não iria pular em cima do garoto e o impedir de bater na garota, apenas entrei na cozinha e o vi encarando-me.
- O que esta fazendo aqui? – ele perguntou irritado.
- Pegando mais bebida – respondi e o vi vindo em minha direção.
- Estamos conversando, saia daqui! – ele disse irritado.
- Não parece que vocês estão conversando – respondi virando-me para ele.
- O que você disse? – ele disse alto, dei alguns passos para trás por causa do cheiro de álcool.
- Que vocês não parecem conversar, na verdade, você esta batendo na garota – disse encarando-o.
- E o que você tem haver com isso?
- Nada – respondi – Como disse, só estou pegando uma bebida.
 Peguei o copo e segui em direção a saída.
- É ir embora mesmo, assassina! – ele gritou e eu virei-me.
- Você me chamou de que? – perguntei deixando o copo cair no chão.
- Assassina, não é o que você é? – ele disse dando um sorriso provocador. “Não se meta em confusão” a voz de Nick ecoava em minha cabeça, não caia na provocação desse cara, (SeuNome), eu dizia para mim mesma.
- Cala a boca – disse respirando fundo. – Cala a boca.
- E se eu não calar, o que vai fazer? – ele respondeu, eu não iria cair na provocação dele, virei-me e continuei andando – Vai me matar como você matou sua amiga? Como era o nome dela mesmo? Megan? Ah sim, Megan.
 E antes mesmo que eu pensasse, eu já estava correndo em sua direção e o empurrando. Assim que ele chegou ao chão, lançou-me um olhar que chegou a ser doentio, levantou-se e sorriu.
- Eu... Sinto muito – comecei, o que eu estava pensado? Ele era bem mais forte que eu, brigar com um cara desse tamanho? Mas já era tarde, ele já estava vindo em minha direção com o punho fechado. Ele acertou meu nariz, fazendo-me cambalear para trás, pressionei a mão no nariz e antes de saber se ele estava sagrando ou não, outro punho acertou minha boca, fazendo com que eu caísse no chão, senti o gosto de ferro, olhei para ele que se preparava para outro golpe, fechei os olhos e mordi o lábio esperando outro soco, porém não aconteceu.
 Senti alguém pegar em meus braços, ajudando-me a levantar, passei o braço por seus ombros e a pessoa passou os braços por minha cintura, guiando-me para algum cômodo da casa. Seguimos pela multidão e apenas as vi encarando a mim e a pessoa que me ajudava, olhei para o lado e a vi. Era Demetria quem me ajudava, não pude esconder o sorriso assim que a vi ali, ao meu lado. Entramos em um cômodo que deduzi ser um quarto, ela guiou-me até a cama e logo sentei na mesma, Demi seguiu em direção a uma porta, olhei ao redor e realmente se tratava de um quarto, virei-me para o lado e logo a vi seguindo em minha direção.
- Coloque isso no nariz e levante a cabeça – ela disse estendendo um pano em minha direção e assim fiz. A encarei e a vi sentar-se ao meu lado, claro, mantendo certo espaço entre nós.
- O que te deu na cabeça pra arranjar briga com o Matt? – ela perguntou depois de alguns minutos em silencio.
- Não arrumei – falei com a voz abafada por causa do pano em meu rosto.
- E porque ele bateu em você? – ela perguntou, baixei a cabeça e a encarei.
- Ele... – comecei, porém ela interrompeu-me.
- Não quero saber – ela disse – Você tem que ir pra casa, Matt adora uma briga e principalmente quando está bêbado.
- Tudo bem – disse assentindo, ela franziu os lábios e levantou-se, seguindo em direção a porta.
- Vou conversar com o Matt e você dê um jeito de ir embora – ela disse encarando-me seriamente, Demi abriu a porta e antes que ela saísse disse.
- É bom ver você, Demi – Demi encarou-me e assentiu rapidamente, saindo em seguida.
 Levantei-me e segui para a porta que deduzi ser o banheiro, coloquei o pano em cima da pia e encarei o espelho. Um corte no lábio inferior e um nariz vermelho, balancei a cabeça e dei um sorriso infeliz. Primeira festa e já arranjou briga, posso até ouvir a voz de Nick me falando isso. Respirei fundo e segui em direção a saída do quarto. Caminhei normalmente pela multidão que cochichava coisas, passei pela cozinha e pude ver Demi e Matt, ela lançou um olhar e logo sai da casa.
 Isso não devia ter acontecido, uma coisa dessas logo quando eu estou tentando recomeçar, não foi uma coisa boa, principalmente para mim. Então, ouvi uma buzina e logo vi um carro parar ao meu lado, com o vidro abaixado pude ver de quem se tratava.
- Quer uma carona? – ela perguntou, mordi o lábio e sorri.
- Não seria uma má idéia – disse e segui para o outro lado, logo adentrando o carro – Belo carro.
- Obrigada – ela respondeu e dando partida.
- Como foi à conversa com o tal Matt? – perguntei tentando amenizar o clima.
- Ele disse que foi você quem o empurrou – ela respondeu encarando a estrada.
- Ele estava batendo na garota ruiva – respondi em minha defesa, Demi deu um sorriso irônico e balançou a cabeça negativamente.
- Você foi à única pessoa que se importou com a Rose – ela disse e eu a encarei.
- Ele estava batendo nela – disse.
- E você decidiu salva-la?
- Não, eu entrei pra pegar uma bebida e assim que sai, ele me chamou de... De assassina – disse e vi Demi ficar tensa. – Eu o empurrei e ele me deu um soco, depois outro e você sabe como terminou.
 Ela assentiu e então o silencio se instalou naquele carro, Demi encarava a estrada e eu também. Ela estacionou o carro em frente a sua casa e olhou-me.
- Espero que esteja bem, sabe, com esses ferimentos – ela começou.
- Estou bem sim – respondi sorrindo – Obrigada, por ter me salvado na hora da briga.
- Não salvei você – ela respondeu encarando-me – Só achei que o que Matt estava fazendo era covardia.
 Mordi o lábio e assenti, desafivelei o cinto e sai do carro, abaixei-me e a encarei mais uma vez.
- Mesmo assim, obrigada – respondi e ela assentiu com a cabeça. Segui em direção a minha casa e notei que não havia nenhuma luz acessa, andei em direção a porta e toquei a campainha, porém ninguém atendeu, com certeza Nicholas tinha saído e me deixado trancada para fora de casa, suspirei e sentei no batente da casa. Olhei para o lado e lá estava, o balanço onde eu, Demi, Nick e Megan costumávamos brincar. Ele estava desgastado, levantei-me e segui ate lá.
- Hey! – ouvi e encarei para ver quem me chamava, olhei e vi que era Demi.
- Ah oi – disse e a vi aproximar-se.
- Pensei que estivesse em casa – ela disse.
- Nick não esta em casa – disse e vi que ela me encarava atentamente – Ai eu vi esse balanço aqui sozinho e decidi fazer companhia a ele.
- Papai queria tirá-lo daqui, só que eu não deixei – ela disse analisando-o.
- Fez bem – disse – Ele é o retrato perfeito da minha infância.
- Da nossa infância – ela respondeu e então sentou-se no balanço ao lado, encarei o chão com um sorriso no rosto – Desculpe por não ter falado com você na escola...
- Não precisa pedir desculpas, Demi – disse encarando-a. – Eu sei que isso tudo é difícil, tanto pra mim quanto pra você.
 Ela assentiu e deu impulso fazendo com que começasse a se balançar, eu a encarei e percebi que ela estava sorrindo, não um simples sorriso, mas o sorriso que eu conhecia, o sorriso da minha melhor amiga Demi.
- Esta com medo de perder? – ela perguntou animadamente.
- Você não devia ter falado isso – disse e dei impulso balançando-me também. E ficamos ali, nos balançando, como se Megan não estivesse morta, como se nos tivéssemos 11 anos, como se tudo estivesse exatamente como era antes. 

quarta-feira, 9 de julho de 2014

2. First Day.

- Como foi dormir no seu quarto? – Nick perguntou assim que me sentei à mesa.
- Diferente – disse colocando um pouco de suco no copo. – Mas eu queria perguntar uma coisa.
- Porque não existe janela onde era pra existir uma janela no quarto de Demetria? – ele disse mordendo uma torrada. – Os pais dela fizeram aquilo.
- Por quê? – perguntei e ele arqueou as sobrancelhas – Certo.
- Olha, eu sei que isso tudo foi e é difícil pra você, mas também é pra ela – Nick disse sério – Eu sei que você quer, (SeuNome), mas eu peço que você não faça isso, assim como você sofreu, Demetria também sofreu, então deixe as coisas como estão, certo? Se você for mexer no passado não vai só magoar a si mesma, vai mago-la também e eu sei que você não quer isso.
 Suspirei e assenti, Nick tinha razão, o que eu pensei? Sair do reformatório e vê Demetria me esperando em frente de casa sorrindo e querendo saber o que aconteceu comigo durante esse tempo naquele lugar? É melhor fazer o que Nick esta pedido, quanto mais o passado estiver quieto, melhor estará para mim.
- Enfim, coma seu café da manhã extremamente delicioso que seu adorável irmão fez rapidamente porque vou deixá-la na escola – Nick disse e eu arregalei os olhos.
- Você não acha que esta exagerando? Sabe, me deixar na escola e tal – disse.
- Claro que não – ele disse – Olha, não se preocupe, só vou deixar-la na porta, não vou entrar com você.
- Tudo bem, papai – disse e ele deu um tapa em minha cabeça – Idiota.
 Tomei meu café da manhã com Nicholas fazendo palhaçadas, era tão bom ter meu irmão mais velho perto de mim, ele era minha única família, a única pessoa que ficou ao meu lado durante cinco anos.
 Terminamos o café se seguimos para a escola. Confesso que estava com um enorme frio da barriga, rever as pessoas que eu já estudei quando pequena me dava uma sensação tão estranha. Não demorou muito para chegar até a escola, já tinha ido varias vezes até lá, no tempo em que Nick estudava. Ele parou o carro e olhou-me.
- Não se meta em confusão, seja paciente e não perca a cabeça com piadinhas, certo? – ele disse rapidamente encarando-me atentamente.
- Certo – respondi, Nick inclinou-se e me deu um beijo na testa – Ta, sem afeto em publico.
- Estou falando serio, (SeuNome) – ele disse, revirei os olhos e assenti, Nick abriu o porta luvas e tirou alguns papeis de lá – O que você deve fazer é ir a sala do diretor, é só procurar uma porta com “Diretor. Forman” e entregar isso a ele, depois disso é só seguir para sala.
- Ta, Nick, agora posso ir? – disse tirando o cinto.
- Pense no que eu falei, não mexa no que esta quieto – ele disse.
- Nossa, prefiro o Nick alto astral que me tirou do reformatório – disse saindo do carro.
- Se cuida! – ele gritou, coloquei a bolsa nas costas e segui para a entrada da escola.
 Enquanto passava pelo o corredor quase pensei que tinha uma enorme seta néon apontada para mim, as pessoas olhavam para mim e cochichavam coisas, e eu sabia exatamente que coisas eram essas. Respirei fundo e continuei andando em direção a sala do diretor, porém parei assim que a vi. Ela estava de costas conversando com duas garotas e um garoto, seu cabelo estava diferente, estava ruivo, até suas roupas estavam diferentes, um salto que humanamente era impossível andar, um vestido estampado acima dos joelhos e um casaco por cima. Não sabia se ia até ela ou ficava ali e fazer o que Nick pediu, até que finalmente ela virou e percebeu que eu estava ali. Seu sorriso desapareceu imediatamente e por alguns segundos eu pude ver a Demi de cinco anos atrás, a aterrorizada Demi que correu ao ver sua melhor amiga morta na piscina e a outra segurando a arma do crime. Respirei fundo e dei um sorriso de lado, mas ela apenas virou e voltou a encarar suas amigas. Engoli o seco, desviei o olhar e voltei procurar a sala do diretor, respirei fundo e bati algumas vezes, escutei um ‘entre’ e assim fiz.
- Senhorita Harris! – o diretor disse levantando-se.
- Oi – disse forçando um sorriso.
- Sente-se – ele pediu apontando para a cadeira a sua frente, assenti e fiz o que ele pediu.
- Meu irmão Nicholas pediu para entregá-lo isso – disse dando o papel para ele que pegou rapidamente.
- Ótimo – ele disse, então entrelaçou os dedos e olhou-me seriamente – Eu espero que a senhorita possa se reencontrar aqui, como eu sempre digo, o passado fica no passado.
- Com certeza – respondi dando um sorriso amarelo, o diretor Forman suspirou contente como se tivesse acabado de fazer algo heróico – Aqui esta seus horários.
- Obrigada – disse pegando o papel e levantando-me.
- Até logo, senhorita – ele disse assim que fechei a porta. O corredor estava com poucas pessoas agora, olhei a procura de Demetria, porém não a encontrei. Fui ate o armário 115 que passaria a ser meu armário, enquanto caminhava a procura do tal armário, olhava meus horários, agora seria aula de Pré-Calculo. Abri meu armário e logo tirei os livros de calculo que lá havia, joguei tudo na bolsa e segui em direção a sala de aula. Assim que cheguei na sala, o professor não tinha chegado ainda, o que foi ótimo, porque odeio chegar atrasada. Como esperado, o caminho até a ultima carteira foi do mesmo jeito que cheguei aqui, cheio de olhares e cochichos. Para minha sorte o professor não demorou a chegar, ele era bem novo para ser professor, acho que tinha entre os 34 anos, tinha uma barba por fazer, cabelos cortado estilo soldado, era bem bonito pra falar a verdade.
- Abram o livro na pagina 113 – ele disse sem ao menos dá bom dia.
- Professor? – ouvi um garoto falar, o professor tirou a atenção do livro e olhou para o garoto – Temos uma aluna nova.
- Ah é? – ele perguntou desacreditado, então todas as cabeças daquela sala viraram para mim, e por fim, o professor. – Ah, claro, você é a...
- (SeuNome) Harris – disse um pouco baixo, ele arqueou as sobrancelhas como se não tivesse escutado, limpei a garganta e falei um pouco mais alto – (SeuNome) Harris.
- Nunca a convide para uma festa na piscina – ouvi alguém comentar, o professor semi-cerrou os olhos e encarou-me.
- Seja bem vinda, Srta. Harris, sou professor Bradley – ele disse educadamente, assenti e desviei o olhar – Tudo bem, vamos voltar ao conteúdo.
***
 A aula foi até legal, tirando o fato das piadinhas de ‘acho que não vai ter festa da piscina agora tão cedo’ e ‘agora é proibido da festa da piscina em Dallas’ e etc. Coloquei minha bolsa nas costas e sai em direção saída da sala, como era de se esperar a saída da sala de aula até o meu armário foi cheio daqueles olhares que me dava nos nervos, coloquei os livros no armário e segui para o refeitório. O temido refeitório. Felizmente ninguém olhou-me assim que entrei no refeitório, estavam ocupados com outra coisa, agradeci a essa tal coisa mentalmente. Peguei minha bandeja e segui para uma mesma fazia, aquele refeitório era bem diferente do refeitório lá do reformatório. Acho que era porque todas que estavam lá era iguais a mim, todas cometeram algum tipo de coisa errada. Peguei o suco, porém apenas ouvi o som de um flash, cocei os olhos e olhei para onde vinha o flash.
- Oi – era uma garota, cabelos ondulados castanhos, bem pequena, vestia um vestido amarelo não tão longo e nem tão curto de alças, uma bolsa a tira colo e uma maquina fotográfica em seu pescoço.
- Oi – disse meio surpresa, ela colocou sua bandeja na mesa e sentou-se em minha frente.
- Sou Ally Brooke – ela disse.
- Sou... – comecei, porém ela interrompeu-me.
- (SeuNome) Harris – ela disse com certa animação na voz – Todo mundo conhece você, bem, pelo menos todo mundo aqui em Dallas.
- Eu... – comecei, porém novamente fui interrompida, não por Ally Brooke, mas sim por outra garota, ela era alta, cabelos pretos e longos, uma maquiagem bem forte marcava seus olhos e um batom bem escuro marcava seus lábios.
- Sempre inconveniente, hein Ally – a garota disse, também sentando-se a mesa, bebeu um pouco do seu suco e virou-se para mim – Sou Lauren.
- Cala a boca, Jauregui – ela disse e olhou para mim. – Sou do jornal da escola e você é a mais nova 'celebridade' do momento.
- Celebridade? Uau – disse balançando a cabeça negativamente.
- Estou aqui para fazer uma entrevista – Ally disse séria – Claro, se você quiser.
- Tudo bem – disse assentindo, ela sorriu triunfante e vi a tal Lauren bufar ao seu lado. – Você também é do jornal?
- Não, sou a pessoa que controla a Ally pra que ela não pergunte demais – ela disse dando de ombros.
- Vamos lá, primeira pergunta... Não, calma – Ally disse e começou a remexer na bolsa, depois de alguns minutos retirou de lá um gravador, mexeu em alguns botões e colocou na boca.
- Antes de tudo, não respondo perguntas sobre...  – respondi rapidamente.
- Oh não vai ser esse tipo de pergunta – ela disse – Queremos saber mais sobre você, não sobre o que você fez.
- Ally – Lauren a repreendeu.
- Certo – ela apertou um botão e o colocou perto da boca – Como era sua vida lá no reformatório?
- Normal – respondi, Ally Brooke pareceu desapontada com minha resposta e suspirou.
- Você já brigou lá?
- Hum... Teve uma vez, eu já estava lá há um ano e nunca me meti em confusão, ai uma menina, Maya, ela já foi pra lá umas duas vezes – comecei e Ally sorria maravilhada enquanto eu falava – Não gostou muito de mim e um dia, do nada, ela me deu um soco.
- Serio? – Lauren quem perguntou.
- E você revidou? – Ally perguntou.
- Não, quer dizer, eu tentei, mas ela era bem mais forte que eu e isso só contribui para que eu apanhasse mais – disse suspirando – Mas logo depois ela foi mandada pra ser minha companheira de quarto, os primeiros dias foram difíceis, mas depois nos conhecemos melhor e ela se tornou a minha melhor amiga lá dentro.
- E falando em melhores amigas, você tinha uma melhor amiga aqui fora? – ela perguntou e eu senti meu estomago embrulhar. Sim, eu tinha, na verdade tinha duas, uma eu matei e a outra, bem, a outra eu perdi.
- Tinha sim – respondi e vi que Lauren me encarava – Megan e...
- Megan foi à garota que você... – Ally começou, porém apenas vi Lauren pegar o gravador e apertar em um botão.
- Chega por hoje – Lauren disse e devolveu o gravador a Ally que pegou e guardou na bolsa.
- Eu sinto muito – Ally começou, balancei a cabeça negativamente e forcei um sorriso.
- Não tem problema – disse, ela assentiu e abriu a boca para falar algo, porém foi interrompida por outra pessoa.
- Atenção! – ouvimos e virei-me para voz, era um garoto, estava com um casaco do time e falava de cima da cadeira – Hoje, festa, na minha casa, vocês receberam o convite, claro, só aqueles que eu escolher.
 Ouvi alguns cochichos, uns de animação, outros de desapontamento, virei-me para Ally que anotava algo em um bloco de papel.
- Podemos continuar a entrevista – disse, ela levantou a cabeça e olhou-me.
- Vamos, mas não agora – ela disse – Tenho que preparar minha equipe para essa festa, mas não se preocupe, você será a matéria principal.
- Tudo bem então – disse sorrindo, dei mais uma olhada para a mesa do garoto que tinha acabado dá o tal comunicado e tive uma surpresa. Lá estava Demi, na mesma mesa que o garoto, ela conversava animadamente com uma garota ruiva.
- Então, aquele garoto namora a Demetria? – perguntei para Ally que arqueou as sobrancelhas.
- Você a conhece? – Ally perguntou interessada, cocei a nuca nervosa e limpei a garganta.
- Ela... – comecei, porém Ally interrompeu-me.
- Quem não conhece a Demetria – Ally disse revirando os olhos – Mas não, eles não são namorados.
- Bem que o Matt queria, mas Demetria não é de um homem só – Lauren disse olhando-me. – Mas eles vivem se pegando por ai.
- E quem é aquela sentada no colo dele? – perguntei olhando para a garota com longos cabelos pretos sentada em seu colo.
- Nem tente entender, querida – Ally disse suspirando.
***
 Ally e Lauren decidiram me acompanhar até o meu armário, não sabia por que elas fizeram aquilo, mas era bom conhecer outras pessoas ali.
- Qual sua próxima aula? – Lauren perguntou encostada no armário ao lado do meu.
- Acho que seja Literatura – disse, assim que abri meu armário vi algo cair dele, um envelope, olhei para Lauren confusa e ela abaixou-se para pegar, logo entregando-me. – O que...
- Eu tenho uma ideia do que seja – ela disse encarei o envelope – Olha, garota.
- Certo – disse assenti, abri o envelope lentamente, havia algo escrito, li e depois de um tempo, olhei para Lauren – É um convite.
- Exatamente – ela disse assentindo – Você foi convidada para festa do Matt.

domingo, 6 de julho de 2014

1. Return.

17 de fevereiro de 2009, 11:34 AM, Dallas, Texas, Casa dos Harris.

- Nick! Demi! – eu dizia vendo a água da piscina ficar vermelha por causa do sangue que saia de sua cabeça.
- O que ta... – era a voz de Nick, porém parou assim que ele viu Megan de bruços boiando na piscina.
- O que você fez? – Demi perguntou olhado para mim aterrorizada.
- Eu... Eu... – não conseguia falar, ela e Nick olharam para minha mão e lá estava eu, segurando uma pedra suja de sangue, sangue de Megan.
- Você a matou – Demi disse chorando.
- Eu tive que fazer... – mas apenas senti meus joelhos vacilarem e vi Demi correndo em direção a saída de casa, antes de fechar os olhos, olhei para o lado e lá estava ele, sorrindo, orgulhoso de mim por ter feito a coisa certa.

17 de fevereiro de 2014, 09:00 AM, Dallas, Texas, Reformatório.

 Sempre o mesmo sonho. Durante cinco anos. Mas isso irá acabar, eu espero. Assim que sai do banheiro, Maya estava sentada em sua cama, cerrando as unhas.
- Finalmente! – ela disse assim que me viu.
- Com certeza – disse colocando as ultimas coisas que faltavam dentro da bolsa.
- O que você vai fazer quando chegar lá? – Maya perguntou interessada.
- Não sei – disse dando de ombros, mas eu sabia exatamente o que fazer.
- Você procurar por ela? – Maya perguntou e eu a encarei.
- Não sei, quer dizer, foram cinco anos, não sei como estão as coisas com ela – respondi e Maya assentiu.
- Nick já deve está me esperando – disse colocando a bolsa nas costas, olhei para Maya – Vou sentir sua falta, magricela.
- E eu a sua – ela respondeu, levantando-se e me abraçado. – Se cuida.
- Você também – disse e assim segui em direção a porta do quarto.
 Andar por aqueles corredores sem ninguém ao seu lado era uma sensação estranha, porém tão boa. Me despedi das outras garotas e encontrei Nicholas me esperando no balcão de informações.
- Ai está ela! – ele disse sorrindo, corri em sua direção e o abracei. – Isso tudo é saudade?
- Vai aproveitando porque daqui a pouco eu não quero nem mais ver sua cara – disse separando o abraço, ele deu um sorriso e seguimos para fora daquele lugar.
- Como essa se sentindo? – Nick perguntou abraçando-me de lado.
- Um pouco diferente – respondi e ele assentiu.
- Você vai adorar a nossa casa, eu reformei, sabe, passei uma borracha por cima de tudo o que aconteceu naquela casa – ele disse abrindo a porta do carro.
- Você não devia ter feito isso – disse colocando o cinto.
- Porque não? É uma nova vida agora, (SeuNome) – ele disse com aquele tom esperançoso – O passado ficou no passado, agora só vamos olhar para frente.
- Você tem razão – disse sorrindo e ele fez o mesmo.
- Não toquei em seu quarto, você sempre dizia que queria ele do mesmo jeito que era depois que saísse daquele lugar – Nick não gostava de falar o nome reformatório, nunca entendi o certo por que.
- Então, Nick... – comecei e o vi balançar a cabeça negativamente – O que foi?
- Nada, fale o que você quer perguntar.
- Como ela está?
- Bem diferente – ele respondeu e eu o encarei – Demetria mudou e mudou muito.
- Como assim? – perguntei, mas ele não respondeu – Eu vivia perguntando a você sobre ela e você nunca me respondia, sempre mudava de assunto, agora eu preciso saber, Nicholas.
- Okay, mas não vá ficar na pior – ele respondeu e eu assenti – Depois do acontecimento com a Megan, ela ficou diferente, eu mal a via, os pais dela nem falavam mais comigo ou com a nossa mãe. Eu não sei bem o que aconteceu, apenas soube que depois de três meses, eles a mandaram para New York, onde ela ficou três anos lá e esses três anos foram o suficiente.
- Suficiente pra que? – perguntei.
- Pra ela se tornar a Demetria que é hoje – ele respondeu e deu uma rápida olhada para mim.
- Demetria que é hoje? Me explica isso direito, Nicholas – disse.
- Demetria se tornou aquelas garotas fúteis, sabe? Sempre ta com um namorado diferente, sempre fazendo festas barulhentas que eu sou obrigado a escutar, essas coisas – ele disse e mordi o lábio. Eu tinha transformado-a nessa pessoa? Eu tinha feito com que ela virasse essa menina fútil que eu nunca imaginaria que ela fosse se tornar?
- E as cartas que eu escrevia a ela? Você entregava?
- Eu tentava, os pais dela não me deixavam nem mesmo pisar na grama deles. – Nick disse dando um suspiro.
- Eu sinto muito, Nick – disse olhando-o.
- Tudo bem, não tem problema – ele disse forçando o sorriso. – Vamos mudar de assuntos deprimentes.
- Certo... – disse – A mamãe não deu nenhum sinal de vida?
- Eu disse que era para mudar de assuntos deprimentes – ele disse – E não, ela nunca deu, dois anos e nem mesmo um ‘estou viva’ ou ‘ei pirralhos estou aqui só curtindo no Hawaii’.
- Que pais fomos ter, hein? – disse revirando os olhos e ele assentiu.
 Nick continuou contando-me as ultimas novidades, mas minha cabeça estava em outra coisa, ou melhor, em outra pessoa.

"Primeiro capitulo, só para começar, em breve postarei o segundo, comentem o que acharam e até a proxima" 

sexta-feira, 4 de julho de 2014

.Sinopse + Personagens.

 (SeuNome) Harris acaba de sair de um reformatório depois de ter sido acusada de matar sua melhor amiga com apenas 12 anos de idade. Depois de cinco anos ela volta para sua cidade natal, disposta a recomeçar a sua vida e refazer velhas amizades. Porém algo inesperado acontece, fazendo com que seus planos falhem totalmente.

(SeuNome) Harris: Acusada de matar sua melhor amiga, Megan, a cinco anos atras, (SeuNome) Harris finalmente sai do reformatório e volta para sua velha cidade, Dallas no Texas. (SeuNome) está decidida a recomeçar sua vida e refazer uma velha amizade, porém não será tão fácil. 17 anos.



Demetria Lovato: Estava lá quando (SeuNome) matou sua melhor amiga, Megan. Demetria foi mandada para New York três meses depois do assassinato, ficando três anos lá. Ao voltar se transforma em uma pessoa totalmente diferente, mesmo assim, lá dentro é a mesma menina assustada de sempre. 17 anos.


Nicholas Harris: Nick como é chamado, é o irmão mais velho de (SeuNome), a unica pessoa da família que se importa com a garota e que acredita nela, Nicholas é muito protetor quando o assunto é sua irmã, a protege sempre e todos e de tudo. 23 anos.



Lauren Jauregui: Lauren acaba virando a melhor amiga de (SeuNome), uma garota misteriosa, não gosta de falar muito de sua vida, mesmo assim é a unica pessoa que (SeuNome) confia. 17 anos. 


Ally Brooke: Ally é melhor amiga de Lauren, mesmo ambas não assumindo, é do jornal da escola e fica encantada pela historia de (SeuNome). 18 anos.

Decorrentes:

Henry Jones
Matthew Sullivan
Rose Fuller
Policial Adams