domingo, 21 de setembro de 2014

17. Finally.

 Antes do assassinato de Megan, eu e Nick descobrimos uma casa abandonada. Nosso pai nos levava para fazer trilha, quando ele podia, é claro. Então a floresta se tornou bastante conhecida para mim e Nick. Prometemos não mostrar aquela casa a ninguém, nem mesmo para Megan ou Demi. No dia do enterro do papai, eu havia ido para lá, fiquei horas e horas chorando pelo meu pai e meu irmão mortos. Chorei tanto que acabei dormindo, fui acordada por Demi, ela sabia onde eu estava, mas em vez de me levar para casa, Demi ficou lá comigo. Não sabia como ela havia descoberto o nosso esconderijo. Fomos embora da casa à noite, Nick era o único preocupado, mamãe estava tão dopada por conta de bebida, que nem notou meu sumiço. Logo depois, eu e Demi íamos para lá quando Megan e Nick estavam na escola. Depois que eu sai do reformatório, não havia pisado o pé lá, a casa abandonada me lembrava do passado e eu odiava o passado.
 Lauren havia me emprestado seu carro, já que sua casa era um pouco longe da floresta, enquanto dirigia só conseguia pensar em que alguns minutos finalmente encontraria Tom. Adentrei na floresta ainda com o carro de Lauren, havia uma estrada de terra, porém sabia que não era tão extensa. Desci do carro e coloquei o casaco já que fazia bastante frio aquela noite, olhei em volta apenas para garantir que ninguém havia me seguido, peguei a lanterna e comecei a andar em direção a casa. O único som que se ouvia era dos meus passos e dos grilos, a floresta nunca foi assustadora para mim, gostava da paz que ela me dava, o silencio era confortável. Precisava andar um pouco até chegar a casa, a cada passo que dava ficava mais ansiosa, estava alguns passos de saber por que Tom fez tudo isso. Depois de alguns minutos caminhando finalmente avistei a casa, ela estava exatamente igual desde que eu a vi pela ultima vez, caminhei até lá cuidadosamente, certificando-me que ninguém estava ali, nem Demi, nem os policiais. Subi na pequena escada que dava para a porta, olhei novamente para trás e abri a porta. Do mesmo jeito que imaginei, as varias teias de aranha, a poeira nos vários caixotes que haviam lá, o cheiro de mofo... Ninguém havia estado naquela casa há anos conclui, continuei andando até finalmente chegar ao fundo da casa, onde havia uma porta entre aberta. Tom poderia está ali ou até mesmo o detetive, respirei e abri a porta cuidadosamente. Havia um colchão no chão, assim como varias embalagens de refrigerante, comida enlatada, salgadinhos, etc, porém não foi isso que me intrigou, mas sim as varias fotos que havia na parede, fotos minhas. Segui até lá e senti um calafrio, fotos minhas indo a escola, fotos minhas no balanço com Demi... Tinha fotos da Demi também, sozinha, com seus amigos, comigo, com seus pais... Antes de fazer qualquer coisa, ouvi a porta fechar, não a do quarto, mas a porta da casa. Respirei fundo e virei-me, esperando Tom ou o detetive Foster aparecer por aquela porta, porém não foi nenhum dos dois.
- (SeuNome)? – ouvi e não sabia se ficava aliviada ou irritada.
- O que você esta fazendo aqui? – disse seguindo em sua direção, Demi estava ofegante e suando, suas roupas estavam sujas de terra.
- Eu segui você – ela sussurrou olhando em volta – O que é isso?
- Você tem que ir embora, Demi – sussurrei encarando-a – Você não pode ficar aqui, Tom pode aparecer e...
- Eu não irei a lugar nenhum – Demi disse convicta.
- Escuta, você não pode ficar, será que não entendeu que ficar aqui pode ser perigoso? – disse impaciente.
- Será que você não entendeu que eu quero ficar aqui?! Se você não lembra, eu também estava lá quando Megan foi assassinada, eu a vi... – a interrompi tampando sua mão com a boca – O que...?
- Silencio – sussurrei – Tem alguém entrando na casa.
Ficamos em silencio e logo ouvimos som de passos, alguém estava entrando na casa.
- Deve ser o Tom – sussurrei o mais baixo possível – Fique aqui, certo?
- Eu não... – Demi começou, mas logo fiz sinal para que ela falasse baixo – Não vou ficar aqui.
- Você vai sim – disse e andei em direção a porta – Por favor, Demi.
- Eu quero ajudar você, será que é tão difícil assim de entender?
- Você me ajuda ficando aqui, certo? – disse e virei-me saindo da sala. Andava cuidadosamente até a “sala”, imaginando se realmente era Tom ou os policiais que estavam ali, a casa era iluminada apenas pelo os vários furos no telhado e nas tabuas que tampavam as janelas.
 Ele estava de costas em frente à porta, estava com um casaco preto, assim como suas calças.
- Tom – disse e minha voz saiu em um sussurro, rapidamente ele virou-se, Tom sempre foi muito parecido com meu pai, tinha visto sua mãe apenas em fotos, mesmo assim não parecia com ela. Ele tinha uma barba por fazer e seu cabelo começava a crescer agora.
- Oi, irmã – ele disse sorrindo – Então você entendeu o recado.
- De onde... De onde você conhece o detetive? – perguntei sentindo minha voz falhar.
- O conheci alguns anos – Tom respondeu com um sorriso – Mas não vamos falar disso, você queria falar comigo, certo? Estou aqui.
- Por quê? – perguntei e o vi arquear as sobrancelhas – Porque você fez tudo isso?
- Não acredito que você quis me encontrar só para isso – Tom disse revirando os olhos – Porque não vamos falar, sei lá, de como está sua vida?
- Sou uma fugitiva – respondi seca – A policia está atrás de mim por algo que eu não cometi, por algo que você fez!
- Eu soube – Tom falou e deu alguns passos em minha direção, porém não estava olhando para mim – Eu não estou acreditando, é você mesmo?
 O encarei confusa e logo segui seu olhar, Thomas olhava para algo atrás de mim, virei-me e vi Demi alguns metros de distancia.
- Você cresceu, garota – Tom falou seguindo em sua direção, porém logo fiquei em sua frente.
- Não fale com ela – disse encarando-o – Precisamos conversar, Thomas.
- Lá vem você de novo com esse papinho – ele bufou dando alguns passos para trás – O que quer saber?
- Porque você matou o Matt? – perguntei, Tom revirou os olhos e suspirou.
- Queria te ajudar – ele respondeu – Sabe, você devia me agradecer.
- Agradecer? Você matou uma pessoa! – disse alto – Pela segunda vez.
- Não sei do que está falando – ele disse sorrindo – Pelo o que eu sei, você o matou.
- Seu... – dei alguns passos em sua direção, porém senti a mão de Demi em meu braço, a encarei e ela balançou a cabeça negativamente, então entendi o recado, respirei fundo e olhei para Thomas – Porque eu deveria te agradecer?
- Porque eu o matei – ele respondeu – Afinal ele não havia batido em você?
- Como...? Você estava me vigiando – disse e o vi assenti.
- Até que para algumas coisas você não é tão burra – ele respondeu – Mas respondendo sua pergunta, sim, eu te vigiei e vi quando você estava apanhando dele.
- E decidiu mata-lo por causa disso? – perguntei – Como você é prestativo, Thomas.
- Não seja idiota – ele disse rude – A briga de vocês foi um toque a mais para eu acabar com a vida daquele inseto.
- Toque a mais?
- Adoraria te explicar, (SeuNome), mas não posso – Tom disse impaciente – Não vim até aqui para escutar você reclamando da vida, já vou indo.
- Você não vai a lugar nenhum – respondi convicta, Tom arqueou as sobrancelhas.
- O que você quer ouvir? – ele perguntou – Em como eu matei aquele idiota a sangue frio? Como vi seus olhos perderem a vida enquanto eu o sufocava? Ou como eu fiz à mesma coisa que fiz com a nossa querida amiga Megan?
- Como você pode falar assim? Você não só destruiu a vida de uma garota, mas de duas também! – respondi sentindo a raiva em minha voz.
- Novamente com o papinho de que eu destruí não só sua vida, mas a da pobre Demetria também? – ele respondeu – A única pessoa que se deu mal foi você, e claro, a pobre Megan.
- Você é tão...
- O que? Nojento? Ruim? Mau? – ele respondeu dando uma gargalhada irônica – Pare de ser alguém que você não é, (SeuNome). Você é uma Harris, o sangue que corre em minhas veias é o mesmo que corre no seu, se eu não tivesse matado aquele garoto, você teria.
- Eu não sou como você! – gritei.
- Você quer saber de uma coisa? Eu estou cansando de ficar aqui – ele disse virando-se e indo até a porta, porém virou-se e olhou-me – E antes que eu me esqueça, Foster irá aparecer daqui alguns minutos, espero que não se importe.
- Você não vai escapar dessa! – gritei, porém dessa vez Demi não conseguiu me prender, corri em sua direção e em movimento rápido, Thomas empurrou-me fazendo-me cambalear para trás.
- Você devia me agradecer, (SeuNome) – ele disse enquanto tentava-me levantar – Tudo que eu fiz foi para proteger a nossa querida família.
- O que...? – perguntei confusa.
- Eu só matei a Megan, porque era preciso – ele respondeu – Teddy, o pai dela estava tramando matar o nosso pai, porem fui mais esperto e rápido, e a matei primeiro.
- Tramando matar o... Do que esta falando?
- Teddy estava tramando o papai, ele estava roubando dinheiro da empresa e o papai acabou descobrindo e queria que ele se entregasse, mas Teddy não quis e por isso ele planejava matar o nosso pai.
- Mas e o Matt? Porque você o matou?
- Isso eu fui descobrir alguns anos depois – Thomas respondeu – O pai do Matthew era parceiro do Teddy nisso e também concordou em matar o papai.
- E você o matou...
- Se Megan havia sido sacrificada, era justo Matthew Sullivan ser sacrificado também e eu já estava esperando o momento certo para mata-lo – Tom respondeu afastando-se – Mas entenda, (SeuNome), se eu não matasse Megan? Nosso pai estaria morto e com certeza você também, assim como nossa mãe, assim com Nick. Eu tive que fazer. Era a nossa família ou a deles.
- Você matou duas pessoas inocentes – disse encarando-o nosso olhos, Demi já estava perto da porta – Você vai pagar por tudo que fez, Thomas! E não vai demorar.
- O que... – ele perguntou confuso, olhou para o lado vendo Demi guardar o celular no bolso – Sua vadia, você estava gravando!
- Corra, Demi! – gritei vendo Thomas correr em sua direção, porém Demi já havia saído da casa, antes mesmo de vê-lo correr em direção a porta, pulei em suas costas, prendendo-o com meus braços. Thomas começou a correr, mas não para fora da casa, pelo contrario, antes mesmo de perceber o que ele estava fazendo, senti minhas costas atingirem a parede, meus braços soltaram o seu corpo, assim como todo o resto. Com certeza meus pulmões estavam tendo algum tipo de problema, porque eu mal sabia respirar, era como se eles tivessem parado de funcionar, vi a casa girar e vi um vulto saindo pela porta e correndo em direção à floresta. Então era isso, a policia me acharia aqui e eu iria para cadeia, Thomas iria se safar – mais uma vez – e Demi... Balancei a cabeça negativamente, não poderia deixar Demi sozinha com Thomas atrás dela, mesmo com todos os ossos do meu corpo doendo, levantei-me com dificuldade e sai da casa, correndo em direção a floresta também. Cai algumas vezes, porém não desisti, mesmo com a floresta rodando e eu tentando permanecer em pé.
- Me... So...Solta! – ouvi e sabia que era a voz de Demi, comecei a correr, não estava nem aí para a dor que estava sentido, só queria salvar Demi...
- Eu nunca gostei de você, Demetria – ele dizia prendendo seus braços acima de sua cabeça, Demi se debatia tentando de qualquer forma sair dali, mas a única coisa que eu via era que sob a luz do luar, o rosto de Thomas parecia animalesco, ele estava ofegante, havia terra em sua bochecha e roupas, respirei fundo e corri em sua direção, jogando-me em cima dele.
- Pensei que tivesse cuidado de você – ele disse ficando em cima de mim e então senti suas mãos em meu pescoço.
- T...Tom – disse em busca do ar – Pa...Para... Com... Isso...
- Não! Eu não fiz tudo isso para parar agora! – ele gritou – Papai queria me internar... Ele me levou para o psiquiatra... Eu tinha que proteger nossa família... Então eu... Eu fiz aquele acidente de carro acontecer... Não queria que isso acontecesse, mas ele não quis me ouvir! Eu falei que Teddy estava armando!
 Com o pouco de força que me restava, o empurrei para o lado, olhei e vi Demi escorada em uma arvore, chorando enquanto pegava em seu pescoço, me arrastei até lá.
- Você... Ta bem? – perguntei tossindo, ela apenas assentiu – Me desculpa... Você não devia...
 Antes de terminar, senti alguém me puxando pela as costas fazendo com que eu colidisse com uma arvore, virei-me e vi Thomas andando até Demi.
- Eles não podem saber que eu estou vivo – ele dizia aproximando-se dela – Se souberem, me levaram para um hospício e eu não sou louco, eu não sou!
 Olhei para o lado e reconheci o lugar, era um monte onde papai gostava de estacionar o carro ali e admirar a paisagem, lá embaixo havia varias rochas, papai sempre dizia que era para nunca chegarmos até ali, ele costumava dizer que já viu varias pessoas caírem por tropeçar no cascalho e cair lá em baixo.  Consegui imaginar papai, eu e Nick sentados em volta de uma fogueira como costumávamos fazer, a dor já estava dando-me alucinações, olhei para o lado e foi à imagem que vi que me fez voltar ao presente. As mãos de Tom estavam no pescoço de Demi e ela estava ficando roxa.
- Tudo que eu fiz... – Tom chorava enquanto apertava o pescoço de Demi – Foi para proteger nossa família...
 E tudo aconteceu tão de repente, com a única força que me restava, eu corri em sua direção, empurrando-o fazendo com Thomas soltasse o pescoço de Demi, mas no mesmo tempo que isso aconteceu, Tom tropeçou no cascalho, então lembrei do que papai sempre dizia a mim e Nick, que nunca era para chegar perto do cascalho, ainda dei um passo para pegar em sua mão, mas não adiantou. O corpo de Thomas já estava entre as pedras. Sem vida. Morto.

5 comentários:

  1. OMG,OMG,OMG,OMG!!!
    Cap sensacional,sem dúvidas um dos melhores.
    Finalmente as coisas estão se esclarecendo,mas gosto de mistérios kkkkk
    O Tom morreu? Jesus que angústia *-*
    Continua please....

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  2. O.M.G. O.M.G. O.M.G. O.M.G.
    Pqp q cap foi esse, isso ta expledido, perfeito, magnifico, incrivel, e mais um pouco.
    Wow q historia, gata to sem palavras...
    Pfv continue logo...

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  3. Céus, o que dizer sobre esse cap? Eu realmente não sei, só digo que estou cada vez mais fascinada e viciada nessa história que a cada capítulo fica mais incrível

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  4. É, a S/N tinha razão, o sangue que corre nas veias do Tom, é o mesmo que corre nas veias dela...
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    Eu queria MUITO lhe pedir um favor: Muda o tema do blog.
    Eu não sei se é só comigo que acontece, mas o fundo preto, as letras brancas e pequenas fazem meus olhos doerem e embaçar td a visão quando eu vou ler.... Pode ser só comigo que isso acontece, ou não, mas eu não to conseguindo ler a historia sem que minha visão embace tudo.

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